De olho nos exageros de peças publicitárias, autoridades propõem leis para evitar imagens irreais de modelos e atrizes
Débora RubinRETOQUE
Julia Roberts sem nenhuma ruga em uma propaganda banida na Inglaterra e, abaixo, na vida real
O único elixir da juventude encontrado até hoje, o Photoshop pode estar com os dias contados. Ou, pelo menos, o uso abusivo do programa de manipulação de imagens. Parlamentares de países europeus como a França, a Noruega e o Reino Unido estão estudando leis que evitem bizarrices, como a cantora cinquentona Madonna parecer ter 30 anos ou a atriz Julia Roberts exibir sua cútis sem ruga alguma aos 44. Os ingleses deram os sinais de insatisfação em julho, quando proibiram a publicidade de diversas marcas de cosméticos, como Lâncome, Maybelline e L’Oréal, por propaganda enganosa – incluindo a da atriz americana que anunciava um creme que prometia dar “uma luz natural” ao rosto. O Brasil também deu seu primeiro passo em relação ao tema. A chamada “lei do Photoshop”, apresentada no Congresso no ano passado pelo deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), prevê multas entre R$ 1.500 e R$ 50 mil para quem fizer “manipulação de obras para a criação de realidades fantásticas”. Nos Estados Unidos, onde foi criado até um software que detecta quanto uma foto foi alterada, senadores democratas apoiam a causa.
A reação das autoridades reflete a insatisfação da sociedade em não se ver retratada no mercado publicitário e editorial. “Ninguém gosta do que é falso, de ser enganado”, afirma Rui Sanches, professor de criação publicitária da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo. Trata-se de uma tendência de mercado atender a um consumidor que exige ser tratado com mais respeito. “As pessoas estão buscando algo que corresponda mais à sua própria realidade”, concorda Celso Fortes, diretor de criação da agência Novos Elementos, especializada em mídia na internet. Nesse novo cenário, quem rejuvenescer ou emagrecer modelos no computador poderá causar abalos em sua imagem.
O cerco ao Photoshop, acreditam os especialistas, não vai coibi-lo nem eliminá-lo. O mercado publicitário deverá continuar usando o programa, mas de forma mais suave para não parecer que está enganando o consumidor. “A ‘lei do Photoshop’ pode até incentivar os editores a melhorar suas técnicas”, diz Sanches, da ESPM. A pressão das autoridades pode incentivar os publicitários a apostar em novas soluções. “A criatividade terá que ser usada em outra direção, talvez com enfoque na longevidade e na prevenção”, afirma Fortes. Ainda com retoques, mas sem exageros.
A reação das autoridades reflete a insatisfação da sociedade em não se ver retratada no mercado publicitário e editorial. “Ninguém gosta do que é falso, de ser enganado”, afirma Rui Sanches, professor de criação publicitária da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo. Trata-se de uma tendência de mercado atender a um consumidor que exige ser tratado com mais respeito. “As pessoas estão buscando algo que corresponda mais à sua própria realidade”, concorda Celso Fortes, diretor de criação da agência Novos Elementos, especializada em mídia na internet. Nesse novo cenário, quem rejuvenescer ou emagrecer modelos no computador poderá causar abalos em sua imagem.
O cerco ao Photoshop, acreditam os especialistas, não vai coibi-lo nem eliminá-lo. O mercado publicitário deverá continuar usando o programa, mas de forma mais suave para não parecer que está enganando o consumidor. “A ‘lei do Photoshop’ pode até incentivar os editores a melhorar suas técnicas”, diz Sanches, da ESPM. A pressão das autoridades pode incentivar os publicitários a apostar em novas soluções. “A criatividade terá que ser usada em outra direção, talvez com enfoque na longevidade e na prevenção”, afirma Fortes. Ainda com retoques, mas sem exageros.
Fonte:Istoé
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