sábado, 4 de maio de 2013

Perdidas no tempo

Belas, achei essa matéria da revista Glamour, super interessante, é aquela história cada um, é feliz  do seu jeito.
 
Elas se vestem, moram e até casam como se estivessem nos anos 20, 30, 40...
 
Quem vive de passado é museu? Não para essas moças, praticantes do
retrolife, tendência que nasceu nos EUA e agora se espalha pela Europa
 
 
“Tem gente que me olha de um jeito estranho, como se eu fosse do circo, mas a maioria reage bem ao meu estilo retrô. Faço sucesso especialmente com as crianças”, diz a parisiense Marine Pierrot, obcecada pelos anos 20 (Foto: Gabriela Gauziski)
"Tem gente que me olha de um jeito estranho, como se eu fosse do circo, mas a maioria reage bem ao meu estilo retrô. Faço sucesso especialmente com as crianças”, diz a parisiense Marine Pierrot, obcecada pelos anos 20 (Foto: Gabriela Gauziski)
 
 
Com cabelos chanel, sobrancelhas milimetricamente desenhadas e um armário lotado de vestidos de cintura baixa e sapatos salomé, a parisiense Marine Pierrot, de 25 anos, é uma moça muito descolada, sim senhora. Ok, seu visual pode não parecer muito moderno à primeira vista, mas Marine é mega-antenada numa tendência quente que surgiu nos Estados Unidos e começa a se espalhar pela Europa: o retrolife, um estilo de vida que prega a volta ao passado e que vem conquistando cada vez mais adeptos. Não, eles não são lunáticos, milionários excêntricos ou coisa que os valha. São gente como a gente, de 20, 30 anos, que trabalha, estuda, tem vida social, mas que adoraria ter nascido em outra época.
 
No caso de Marine, a paixão pelos anos 20 começou em 2007, quando ela foi trabalhar na rádio de jazz France Musique, e vai muito além do visual antiguinho. “Me encanta como as pessoas se arrumavam até para ir à esquina. Também foi uma década muito alegre e efervescente, tanto que ficou conhecida como anos loucos”, explica ela.“Tenho dezenas de amigos que vivem como eu, e fazemos tudo para manter essa atmosfera no dia a dia” – sim, isso significa não ter tv em casa. “O rádio é meu veículo favorito”, diz a mocinha que, ahá, não larga o Iphone. “É só por causa do trabalho”, defende-se.
 
Louca pelos anos 30 e 40, a escocesa Tara Munro, dona da loja Ooh La La! Vintage, em Paris, organiza passeios em charmosos carros antigos e jantares em restaurantes retrô (Foto: Gabriela Gauziski)
Louca pelos anos 30 e 40, a escocesa Tara Munro, dona da loja Ooh La La! Vintage, em Paris, organiza passeios em charmosos carros antigos e jantares em restaurantes retrô (Foto: Gabriela Gauziski)
 
 
Já a escocesa Tara Munro, de 34 anos, mergulhou nas décadas de 30 e 40 desde que chegou a Paris, em 2004. Dona da loja retrô Ooh La La! Vintage, ela não sai de casa sem make e penteado impecáveis e, como faz questão de enfatizar, “atitude de diva”. “O glamour e a austeridade dos anos 30 e 40 são mágicos para mim. Fora que as restrições de tecidos provocadas pela 2ª guerra obrigaram as pessoas a ser criativas. Tenho um vestido da época feito com tecido de mesa de sinuca!”. E Tara não está sozinha nessa viagem no tempo. Sua loja – frequentada por top estilistas como Sonia Rykiel e Isabel Marant – fez tanto sucesso em tão pouco tempo que ela passou a organizar passeios retrô em charmosos carros dos anos 40 e 50, chás da tarde e jantares bacanudos em restôs vintage.
 
Há dois meses em Paris, a vintage hair stylist inglesa Louise Kelly Phillips está com tudo e não está prosa com seu salão especializado em penteados antiguinhos (Foto: Gabriela Gauziski)
Há dois meses em Paris, a vintage hair stylist inglesa Louise Kelly Phillips está com tudo e não está prosa com seu salão especializado em penteados antiguinhos (Foto: Gabriela Gauziski)
 
Especialista em penteados de época, a pintora inglesa Louise Kelly Phillips, de 30 anos, também capitalizou sua paixão pelo passado. Há dois meses na capital francesa, Louise – louca por tailleurs de tweed, chapéus-coco e bolsinhas boxy dos anos 40 – acaba de inaugurar o mimoso The Pompadours, salão que funciona apenas com reserva (thepompadours@gmail.com) e que tem feito a alegria das parisienses de fino trato. Haja garbo e elegância, não é mon amour?
 
O casal Mauro e Ombretta vive o retrolife com pouquíssimas concessões. “Até a festa do nosso casamento entrou no clima dos anos 40” (Foto: Gabriela Gauziski)
O casal Mauro e Ombretta vive o retrolife com pouquíssimas concessões. “Até a festa do nosso casamento entrou no clima dos anos 40” (Foto: Gabriela Gauziski)
 
 
Para o casal italiano Ombretta e Mauro, o tempo parece ter parado há 70 anos. Os dois se conheceram em uma festa vintage, em Londres, e não demorou para que Ombretta se apaixonasse por aquele “homem com um quê de anos 30”. Juntos, começaram uma verdadeira viagem pelos anos 30 e 40 – até a festa de casamento deles entrou na dança. Ombretta estava linda e loira com vestido e penteado de diva da old Hollywood. Mauro usava chapéu-coco e bigodinho típico. O brinde, claro, foi feito em taças de champanhe abertinhas, no melhor estilo vintage, diante de um bolo enorme todo confeitado como nos tempos da vovó. “Até os convidados embarcaram na brincadeira e foram à cerimônia trajados de anos 40”, relembra Ombretta. 
 
“Nossa filosofia é: roupas e objetos devem ter uma história. Se não, são apenas pedaços de pano, coisas sem alma”, diz Ombretta. “Até as coisinhas da nossa bebê são achados de brechó” (Foto: Gabriela Gauziski)
“Nossa filosofia é: roupas e objetos devem ter uma história. Se não, são apenas pedaços de pano, coisas sem alma”, diz Ombretta. “Até as coisinhas da nossa bebê são achados de brechó” (Foto: Gabriela Gauziski)
 
 
Hoje, o casal vive com a filhinha de 1 ano, rodeado de antiguidades, numa rotina riquíssima em detalhes de outros tempos. Da decoração ao guarda-roupa, dos livros e filmes na estante aos objetos da bebê, tudo foi garimpado em brechós e mercados de pulga pelo mundo. “Compramos muito nos Estados Unidos e na Alemanha, onde o retrolife é mais difundido. Nossa filosofia é: roupas e objetos devem ter uma história. Se não, são apenas pedaços de pano, coisas sem alma”, diz. “Meu marido não pisa em lojas moderninhas. Já eu abro algumas raras exceções”, sussurra Ombretta, como quem conta um segredo, ao mostrar que, atrás da biblioteca, eles escondem a tv e o computador. “Mas a gente só usa a internet para pesquisar endereços e programas interessantes”.
 
Fonte: revistaglamour.globo
 
 

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